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segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Triste Despedida

Sinceramente sobre o que ocorreu nos últimos dias preciso relatar que sim, doeu muito e continua ainda a doer. Falo sobre a temida Maratona Internacional de Curitiba, qual completei no último domingo. Mas falo sobretudo sobre a partida de meu avô para mais próximo dos céus. São dois assuntos muito distintos e vão em vertentes opostas, mas seus caminhos se cruzaram e eu senti e paguei por ambos.

Foi uma dor indescritível receber a tamanha distância a notícia sobre o ocorrido com meu avô. Eu às vezes temia por esse tipo de coisas, porém jamais imaginei como poderia ser doloroso. Digo com toda a certeza que sempre assisti e vi com certo sentimento de exagero alguns filmes e afins, mas não, dessa vez foi real e ainda pior pois foi comigo.

Viajei de repente para casa e estive alguns instantes com os meus. Foi bom me sentir acolhido, pelos piores motivos que poderiam ser. A vida continua e espero que ela tome os melhores caminhos. Os mais aconchegantes a todos que ficaram feridos pela saudade.

Voltei à realidade da qual fugi alguns instantes, pensei em desistir da maratona por não estar preparado, por não me sentir assim. Mas imediatamente após, resolvi que devia fazer isso por um motivo ainda mais forte. Mais forte que eu. E descobri que havia muito mais força dentro de mim, que vinha do mesmo lugar onde antes causara tamanha dor.

Durante a corrida tudo foi bem difícil, e próximo ao final muito mais pois faltavam forças em todas as ações. Foi nesse momento mais difícil que sua lembrança me fez seguir adiante. Senti tua presença ao meu lado como se isso fosse possível, como se estivesse me observando e torcendo por mim, como sempre fez. Ahh vovô, como ficou pesada aquela medalha conquistada! Como eu gostaria de entregá-la hoje ao senhor, ela é tua.

Chorei com tua lembrança, e fiquei feliz por tê-lo sentido tão próximo mesmo que em meio às dificuldades enfrentadas. Sei que esteve olhando por mim, obrigado. Volto logo mais a dizer sobre a corrida. Hoje fica apenas meu relato. Foi difícil, mas louvável chegar ao final com tua presença.


quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Long Distance Heróis do Triathlon - Uma Conquista e Tanto! (Parte II)

(Como dito anteriormente, darei aqui sequência à minha "história")

Retornei à beira-mar e logo estava na praia Mansa para dar início à corrida, que eu já sabia: seria bastante dura após 90km de ciclismo muito bem feitos. Iniciei a corrida super confortável, o que me foi uma tremenda surpresa pois esperava dificuldades em correr num bom ritmo mesmo com alta intensidade. Controlei meu pace e logo cruzei os primeiros 5,25km como se fosse um belo passeio.

Outros 5,25km vieram e senti um lampejo de dificuldade mas ainda conseguia controlar a intensidade, hidratando e alimentando sempre que possível, estava muito bem e a cada km notava uma diferença bem menor para aqueles que estavam à minha frente. Fechei a próxima e abri então a última volta de corrida. Seriam 5,25km difíceis, o sol fazia sua parte e não dava folga a nenhum dos atletas. Uma sensação térmica de 38ºC foi o que alguns disseram.

Comecei a fazer cálculos e percebi que eu poderia ali fazer o que tanto disse em brincadeiras: conquistar minha melhor corrida de Meia Maratona mesmo após um esforço tão grande causados pela natação e ciclismo. Especialmente os últimos 3km foram bem difíceis mas ainda suportei um ritmo próximo de 4’20/km. Ao pisar no tapete e cruzar a faixa do portal eu quase não acreditava que era real. Uma corrida impecável que, combinada com a natação e ciclismo me fizeram o 4º melhor atleta amador na prova.

Foram difíceis, duras, pesadas, mas as 4 horas e 35 minutos mais recompensadoras que já vivi. Uma competição perfeita aos meus olhos. Sempre cercado por amigos, treinador e conhecidos, que a cada volta gritavam meu nome junto a palavras de incentivo que me faziam sentir renovado.

Quando terminou, pensei que fosse desabar. Mas a injeção de adrenalina que experimentei foi algo incrível. Eu não sentia dor alguma, apenas um enorme cansaço. Adentrei o mar uma vez mais. Nesse momento foi um grande choque, acho que meu corpo devia estar próximo a 40ºC e a água bem gelada, mas foi uma sensação indescritível. Um misto de emoção, comoção, superação, uma vitória que eu sabia que seria rara a chance de repetir.


Eu planejei, projetei, mas realmente não esperava que fosse possível fazer uma prova tão “redonda”, perfeita. Essa mesma aposta por certo faziam meus amigos, pois pareciam se assustar a cada vez que me olhavam. Não acreditavam que eu havia feito tudo aquilo. E, de fato, eu custei a acreditar mas hoje eu bato no peito a dizer que fiz. E estou sedento pela oportunidade de fazer novamente mesmo sabendo que isso irá demorar muito a acontecer.