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quarta-feira, 12 de junho de 2013

É momento de um "feedback"

Ontem fiquei sentado conversando e pensando bastante, tive um papo muito agradável e comecei a elencar tudo o que fiz, todo o meu trajeto até a inserção ao triathlon, todos os acontecimentos que me permitiram chegar até onde estou hoje, e admito: estou muito bem.

Como boa criança, sempre fui adorador de práticas esportivas. Na infância isso não é nada mais que jogar futebol, corrida e outras brincadeiras na rua. Demorou bastante até ganhar a primeira bicicleta e dar tom mais empolgante ainda a essas disputas e sempre foi gostoso à beça. É o que a gente conhece por ludicidade. Sem perceber, fazíamos isso a todos os dias sem um orientador, sem responsabilidades.

Dali a pouco vem escola, logo mais o trabalho e sempre estive cercado, apesar disso, da prática de futebol, basquetebol, corridas e da minha inseparável bike - paixão inestimada. Desde criança sempre saí cedo da cama por "n" motivos. Aos finais de semana especialmente, corria para a frente da tv pois sabia que sempre haveria algo gostoso de assistir como uma prova de atletismo, ciclismo, triathlons hoje denominados "fast", ou então jogos de futsal, vôlei ou outro esporte qualquer. Era vidrado nisso. "Era", porque hoje não me dou a esse luxo mais rsrs.

Enquanto assistia essas provas, dentro de mim sempre ficava um sentimento inexplicável, gostoso, que dizia "ahh se eu pudesse um dia fazer isso...", era um sonho bem remoto, ora essa! "Imagine só que eu um dia poderia estar no lugar deles... ridículo!" - era assim que eu pensava. A gente sempre erra em algum momento e de repente abre os olhos e vê que o caminho já estava traçado.

Sempre fui apaixonado por bikes, fazia uso para trabalho, para estudos, para sair, para tudo. Aos finais de semana quase sempre 'inventava' de ir até  um pouco mais longe, de tempo em tempo aumentava a distância, conhecia novos caminhos, curtia bastante com amigos. Curtia sempre e a todo momento. Raros eram e são os dias em que não subo em minha bicicleta.

Comecei a ter maior gosto por corridas quando comecei a me preparar para um teste físico de um concurso em que havia sido aprovado. Após isso, continuei correndo. Comecei bem tarde, talvez eu pudesse ter abrido os olhos mais cedo para esse 'lazer'. Decidi participar de minha primeira corrida de rua em 2011, então já com 23 anos. Era a primeira prova organizada em Franca pelo Hospital São Joaquim/Unimed. Consegui um 6º lugar geral, com cerca de 1000 inscritos e um tempo de 21' cravados.

No mesmo ano me mudei para Curitiba com fim de estudar Educação Física na UTFPR e então continuei correndo. No início de 2012 em outra prova de rua, terminei em 12º lugar geral e 2º por categoria com 19'16", nesta com cerca de 6000 atletas inscritos. Comecei a estagiar em uma academia e ali acompanhava aulas de Natação Infantil, logo mais também comecei a acompanhar de perto a equipe de triathlon e travessias. Me empolguei, eu queria estar no meio deles a todo o tempo e me surgiu aquela idéia antiga: "eu vou me preparar e fazer um triathlon".

Sonho de criança é algo que não se apaga. Eu já corria razoavelmente bem, enfrentava bons desafios de bike, só me restava aprender a nadar - eu nem tinha idéia de como era nada em mar aberto. Na piscina eu me virava. Sabia o suficiente para não morrer afogado, o que já era bom.

Comecei a aprender, treinava quase que diariamente e melhorei muito rápido, acho que era do tipo 'instintivo'. Por algum tempo, eu não tinha uma bike. Por quase 1 ano eu fazia meus 'passeios' em uma bike indoor, de spinning. Corria às vezes, nadava quase sempre e pedalava também às vezes. Eu sei que muitas pessoas me olhavam e para si diziam: "esse aí não vai virar nada, coitado". Os desapontei.

Na segunda metade de 2012 trouxe minha bicicleta para Curitiba e parecia muito fácil pedalar, eu me acostumara a fazer isso com grande carga nas bikes da academia. Os treinos que antes eu fazia em uma alta intensidade com velocidade entre 30 e 33km/h agora eu fazia tranquilamente em uma média de 35 a 37km/h.

Antes do triathlon, precisava por em teste minha natação, decidi fazer algumas travessias. Realizei apenas duas e me julguei preparado. Ao término da primeira, realmente pensei em desistir de tudo. Pensei em desistir de tudo bem antes de a prova terminar, achei que não acabaria mais, eu parecia não sair do lugar, sofri muito. Não me lembro de outro dia ter sentido tantas dores quanto neste domingo. Já na segunda, fui muito bem. Venci minha categoria e fiquei entre os 14 primeiros, nem se comparava com a anterior e eu partiria daí para um triathlon.

De Março(2012) a Março(2013) eu me preparei para fazer o primeiro triathlon, eu estrearia na prova do Sesc/Caiobá. Fiz mais uma ou duas corridas no ano, me sentia preparado. Nunca estive tão bem condicionado e preparado para qualquer desafio antes. Eu me sentia leve, confiante, deveras muito bem preparado.

Chegou a hora da prova, 1200 atletas em Caiobá. Eu nem sei mais o que sentia naquela hora, fiquei bem nervoso - admito. Eu almejava uma boa prova, mas nem imaginava o que enfrentaria. Soou a sirene e tudo começou. Meu único e mais confortante pensamento era chegar bem ao final, assim foi. Fiquei em 5º lugar em minha categoria, 14º lugar geral Mountain Bike e um tempo acrescido apenas 1 minuto do que eu havia planejado. O pós-prova doeu muito, mas eu estava reconfortado. Foi a realização de um sonho, do que eu reclamaria? Em algum momento cheguei a chorar sozinho, de alegria.

Lá se foi o primeiro, então vamos ao próximo desafio. 2 meses depois, eu estava em Guaratuba para meu 2º triathlon short. Estava um pouco desmotivado, havia me lesionado pouco tempo antes, acerca de 3 semanas eu não tive condições de treino e fui para a prova unicamente para chegar ao fim: superação! Superação... ela foi tamanha que é difícil explicar.

Terminei a natação entre os primeiros, com um tempo infinitamente menor que a primeira prova. Terminei o ciclismo sendo o primeiro a chegar de mountain bike e corri feliz, sabia que apesar das dores e forte cansaço devido à falta de treinos, eu estava muito bem.

Ao chegar no final, não acreditei: eu havia baixado em mais de 1 minuto o tempo que fiz em Caiobá. Apesar de não estar tão bem preparado, consegui superar tudo e vencer a mim mesmo, foi espetacular mas o melhor estava por vir. Fui Campeão Geral na categoria Mountain Bike. Nada podia pagar isso, aquele momento do pódio, ser anunciado na frente de todos para receber o simbólico troféu era demais pra um jovem sonhador.

O próximo desafio está marcado para Agosto, quando vou enfrentar um Tri-Olímpico! Eu estarei preparado, ainda lerão muitas histórias desse afortunado que lhes escreve. Eu não desisto facilmente, vou cair e levantar muitas vezes antes de ficar parado no chão sem qualquer ação.

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