Há quem não acredite na perfeição. Será que é mesmo possível
ser perfeito em algo? Sim, não, talvez, jamais... não sei se creio em algo que
seja perfeito, creio no entanto, que algo possa ser trabalhado, esculpido até
beirar a perfeição, pode chegar ao ponto máximo de assertividade quanto a isto.
Depende da ocasião e/ou circunstância, e algo pode sim se tornar perfeito mesmo
que seja apenas aos olhos de uma única pessoa.
Nos últimos dias tive uma experiência que me provou mais uma
vez que isso é possível. Realizei em 12 de Outubro, data esta muito mais do que
especial, um triathlon de longa distância, o Long Heróis do Triathlon,
disputado nas distâncias de um Meio Ironman: 1,9km Natação, 90km Ciclismo e
21km Corrida. Foi uma estréia na distância até então desconhecida, eu não fazia
ideia de como ela seria, ou o que poderia acontecer durante todo percurso.
Iniciei a Natação muito confiante, larguei tranquilo e nadei
em um ritmo de esforço, onde julgava estar entre um bom grupo de nadadores,
talvez um segundo ou terceiro pelotão mas um bom grupo.
Na primeira volta achei
o tempo alto(16’40”) mas não me preocupei e segui na mesma tranquilidade de
antes. Quando botei os pés na areia pela segunda vez em direção à área de
transição para o ciclismo, meu GPS anotava 35’40”, algo muito acima do que
planejei, bastante fora dos meus planos mas ainda havia muito a provar.
Adentrei a área de transição e notei que muitas bikes haviam
saído, talvez mais do que imaginei que sairiam antes de mim. Capacete,
sapatilha, alimentação, bike e pé na estrada. Entrei na beira-mar e logo ganhei
a Alexandra-Matinhos com minha bike(a bike não era minha na verdade) seguido de
perto pelo Luiz. Ele teve um problema com a bike e estava sem água, consegui
auxiliá-lo por algum tempo e então passei a ditar um ritmo mais forte quando fiz
o primeiro contorno na altura do km 18.
Dali em diante o vento aumentava aos poucos e conseguia
manter mesmo assim uma boa consistência no ritmo, o que me permitia ultrapassar
várias pessoas que haviam nadado muito melhor que eu, reduzia então a diferença
para os líderes da prova. Ao cruzar pelo último contorno aos 72km, sabia que
não restaria muito mais além da corrida e então acresci ainda um pouco mais a
intensidade nos pedais.
Verificava nesse momento que o ritmo médio seria bem melhor
do que havia pensado em fazer e, ao fim das contas, já havia equilibrado a
diferença negativa da natação. Foram 2h27min de um ciclismo consistente, sem
exageros mas também que não foi fácil.
(Continuo na próxima postagem, ainda vem muito por aí... boa semana a todos!)